Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS – Cosme e Damião.
Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de “santos pobres”. Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
No Brasil, em 1530, a igreja de Igarassu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos.
No candomblé, são associados aos “ibejis”, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa ” o enfeitado” e Damião, “o popular”.
Padroados: Farmacêuticos; Faculdades de Medicina; Barbeiros e Cabeleireiros.
Protege: Orfanatos; Creches; Doceiras; Filhos em casa; Contra hérnia e Contra a peste.
Emblema: caixa com ungüentos, frasco de remédios, folha de palmeira.
Oração a São Cosme e São Damião
Amados São Cosme e São Damião,
Em nome do Todo-Poderoso
Eu busco em vós a bênção e o amor.
Com a capacidade de renovar e regenerar,
Com o poder de aniquilar qualquer efeito negativo
De causas decorrentes
Do passado e presente,
Imploro pela perfeita reparação
Do meu corpo e
Dos meus filhos
(………………………………………..)
nome dos filhos
E de minha família.
Agora e sempre,
Desejando que a luz dos santos gêmeos
Esteja em meu coração!
Vitalize meu lar,
A cada dia,
Trazendo-me paz, saúde e tranqüilidade.
Amados São Cosme e Damião,
Eu prometo que,
Alcançando a graça,
Não os esquecerei jamais!
Assim seja,
Salve São Cosme e Damião,
Amém!
[Ao alcançar a graça, fazer um bolo ou oferecer uma festa às crianças de rua, orfanatos ou creches.]
Fonte: Pesquisa: Terra Esotérico
Aprenda a fazer caruru e doces para o dia de Cosme e Damião
No calendário religioso, 27 de setembro é dia dos santos gêmeos Cosme e Damião. As lendas sobre os irmãos são muitas, mas todas concordam que a dupla é protetora da molecada. Assim, a data pede farta distribuição de guloseimas para crianças.
No candomblé, é costume servir, nesse dia, o “caruru dos meninos”. Segundo Vilson Caetano de Sousa Junior, no livro O Banquete Sagrado (editora Atalho), a cerimônia começa com a ida à feira para “escolha dos quiabos, do feijão, das aves que se vai oferecer a Ibeji [do yorubá, Cosme e Damião] e dos demais ingredientes para o preparo do seu caruru”.
A tradição manda que a receita — feita de quiabo, camarão seco, castanha, gengibre e leite de coco — venha acompanhada de, no mínimo, seis elementos: pipoca, arroz, farofa, xinxim de galinha, rapadura e pipoca, por exemplo. Antes de os adultos comerem, sete crianças têm de ser servidas. E, como a festa é infantil, bebidas alcoólicas estão proibidas.
Segundo Tereza Paim, do Terreiro Bahia, na Praia do Forte, o ritual pede que a receita seja preparada com um quiabo inteiro, além dos cortados em cruz. Quem pegar a porção com o legume, vai continuar a tradição e servir a comunidade nos anos seguintes. A chef cumpre a regra há 27 anos, idade de sua filha. “Todo bom baiano que ganha neném em setembro faz isso”, diz.
Caruru (de Cosme e Damião)
Fonte: iG ComidaTamanho da letra:A+A-Imprimir essa receita
Ingredientes:
100g de cebola processada
1,2kg de quiabo
375g de leite de coco
75ml de azeite de dendê
60g de castanha de caju (sem sal) processada
40g de amendoim processado
60g de camarão seco defumado processado
5g de gengibre
150ml de caldo de peixe ou legumes fervente
Pipocas salgadas para acompanhar
Sal a gosto
Modo de Preparo:
Coloque a castanha, o amendoim e os camarões secos no processador, triture até virar pó. Lave os quiabos. Corte a tampa e a ponta do cabo e descarte. Corte os quiabos em rodelinhas ou em pequenos pedaços (não lave os quiabos depois de cortados para não soltar baba). Em uma panela, coloque um pouco de azeite de oliva e a cebola picadinha, para dourar, e refogue os quiabos. Cozinhe o quiabo com os temperos e adicione um pouco de água. Aos poucos, coloque o pó feito com a castanha, o amendoim e o camarão. Adicione também o caldo de peixe. Acrescente o azeite de dendê ao final do cozimento, retire do fogo e sirva, acompanhado das pipocas salgadas.
**Receita da chef Tereza Paim, do restaurante Terreiro Bahia, na Praia do Forte (BA)
Dica da chef: o pó processado de camarões secos pode ser guardado, bem fechado, por vários dias
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